quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PALHAÇOS SAEM DA GARAGEM E ENCONTRAM A CIDADE

O Núcleo de Treinamento de Palhaços da Cia Baitaclã quer compartilhar as experimentações criadas dentro da Garagem (galpão sede da Cia no bairro do Ipiranga) com quem mais interessa: o publico!
Além de apresentações em praças da cidade, os Palhaços de Garagem já apresentaram suas cenas em alguns eventos, como na Roda Artística da Formação de Palhaço para Jovens dos Doutores da Alegria.
Tudo muito informal, com cara de experimentação e com o mesmo espírito de quando saímos com o "picadeiro" no porta malas do carro a procura de uma praça e de uma troca verdadeira.

Veja abaixo as próximas paradas dessa trupe:


SHOW DE QUINTA - Cabaré de Variedades
apresentação da cena "O BRONZE"
14 de outubro às 21h
Local: TU - Mercado de Arte e Moda
Av Pedroso de Morais 793 - Pinheiros
Tel: (11) 3816.3100
Entrada: R$10,00 e R$5,00


"PALHAÇOS DE GARAGEM"
22 de outubro às 15h
Local: QUIXOTE - Espaço Comunitário de Cultura
Rua Clóvis Bueno de Azevedo, 145 - Ipiranga
Tel: (11) 2272.1921
Entrada Franca

NA RUA DA AMARGURA... E DA DOÇURA

Em fevereiro desse ano a Cia Baitaclã criou seu Núcleo de Treinamento de Palhaço, após um histórico de 13 anos de montagens e pesquisa. Levando em consideração que a máscara do palhaço foi o ponto de partida de sua fundação, o Núcleo de Treinamento veio para focar no palhaço atrelado a outras linguagens fundamentais para a identidade da Cia Baitaclã, sendo elas a cultura popular, a música, o circo e o teatro de rua.
O Núcleo surge com um questionamento: temos propriedade do caminho de treinamento do ator dentro de suas necessidades para uma nova criação. Seja a partir da dramaturgia, do gesto ou simplesmente de um tema. Seja em um ensaio com um direcionamento autoral ou dentro de um processo colaborativo. Temos ciência das necessidades de continuidade da formação de um ator dentro de um processo. Mas e o palhaço? Como treinar essa figura que nem sempre terá uma dramaturgia como base ou nem mesmo estará inserido dentro de um espetáculo? Como desenvolver a autonomia do artista por trás da máscara que muitas vezes não terá a condução de um diretor? Como treinar sua criação sendo que ela se dá com o contato direto com o público?

Através dos treinamentos, surge cada vez mais a vontade de compartilhar com o publico nossas experimentações e criações. Discussões sobre a função do artista na sociedade foram inevitáveis, mas além disso, foi inevitável o desejo da troca real e imediata, levando a um publico verdadeiro um trabalho de qualidade estética e de entrega.

No primeiro ensaio de "A Vidente", uma das cenas criadas dentro do Núcleo, abrimos as portas de nosso pequeno galpão sede no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Durante o mesmo, tivemos a inesperada visita das crianças do bairro que passavam em frente ao galpão. Um primeiro ensaio, ainda de improviso de idéias, com a participação direta do publico, fazendo com que a cena tomasse um caminho completamente diferente. Com a necessidade latente de experimentar diretamente com o publico as ações que idealizavamos, em nosso quarto ensaio já estavamos na praça, e a criação se deu assim, na rua, para a rua. Voltamos à sede para ensaios e marcações técnicas, além da continuidade do treinamento circense e musical. Mas as criações de cena ocorriam na rua com o jogo que necessitava da participação direta do publico. Colocar nosso picadeiro (um grande tapete redondo) no porta-malas do carro e sair sem rumo até encontrar uma praça, com velhinhos jogando xadrez, adolescentes saindo do colégio e policiais bem receptivos, é nossa forma de "montar nosso espetáculo".

Pronto! Já cumprimos parte de nosso objetivo. Estar na rua, jogando, agindo e reagindo as pessoas que nos vêem, que nos recebe e porque não, que nos rechaça. Em cima dos erros e frustrações, e dos acertos que só o publico nos proporciona, e só a rua nos recepciona. A troca já está acontecendo. Esse objetivo nós já cumprimos. E a continuação dele é... não parar mais...


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

APRESENTAÇÃO

A Cia Baitaclã foi fundada em 1997 com o objetivo primordial de aprofundar as diversas características do teatro cômico-popular: a linguagem circense e musical, o trabalho com as máscaras, as manifestações populares do Brasil e o teatro de rua e em espaços alternativos. Nesse percurso a Cia foi desenhando sua identidade a partir de seu repertório e do encontro com o publico, possuindo espetáculos com características específicas como uma dramaturgia própria, assim como as canções compostas e executadas ao vivo pelo elenco, e espetáculos em espaços não tradicionais inseridos e dialogando de forma direta com a platéia. Estes elementos resgatam a imporntância do ator dentro do fazer teatral, que ao utilizar-se de todas as suas potencialidades se transforma no canal de comunicações de nossos anseios reflexões e descobertas.


Nesse momento a Cia Baitaclã sente a necessidade de estar ainda mais próxima de seu publico. Presente com seus espetáculos em teatros, festivais e praças do país, buscamos também dialogar durante nosso processo de criação.


Um dos caminhos foi o Baitaclã - Danças e Ritmos Brasileiros, festa de cultura popular realizada mensalmente pela Cia, que durante 5 anos compartilhou suas vivências e pesquisa acerca das danças populares brasileiras.
Nessa festa, pessoas de toda parte da cidade, se reuniam informalmente para tocar, cantar e dançar os mais variados ritmos brasileiros como o coco, o maracatu, o jongo, o cavalo-marinho, o samba de roda, a ciranda, entre outros.
O publico, de todas as idades, variava desde grupos experientes no repertório de músicas e danças populares, como a de pessoas que estavam tendo seu primeiro contato com esses ritmos, permitindo à todos que quisessem tocar ou dançar, entrarem na roda também.
O Baitaclã - Danças e Ritmos Brasileiros teve uma grande importância na formação de novos grupos de maracatu e de ritmos brasileiros existentes hoje na cidade.
Desde sua fundação a Cia Baitaclã pesquisa a linguagem das máscaras, da comédia e especialmente do palhaço. Durante 13 anos utilizamos essa pesquisa dentro de nossos espetáculos e criações.
Nesse ano criamos o Núcleo de Treinamento de Palhaço da Cia Baitaclã, onde um pequeno grupo de artistas se encontram semanalmente para treinarem as diversas possibilidades por trás da menor máscara do mundo.
Partindo desse treinamento na linguagem do palhaço (como jogos, dramaturgias, esquetes clássicos) e de suas habilidades (como a circense e a musical) foram surgindo de maneira muito informal criações de cena, e com elas a necessidade do compartilhamento imediato com o publico, acreditando que ele é o principal elemento dentro do treinamento do palhaço.
Alguns ensaios são realizados com as portas de nosso pequeno galpão abertas, outros na praça próxima a nossa sede. As cenas mais desenvolvidas são levadas em eventos, rodas artísticas de cenas cômicas e em espaços culturais.
As ações citadas são apenas alguns dos caminhos que a Cia Baitaclã encontrou para se aproximar ainda mais de seu publico. Além de seus espetáculos de repertório como "Anuário Imaginário" que por se tratar de teatro de rua, já circulou por diversas regiões da cidade.
A criação desse blog foi umas das ferramentas que encontramos para expressar nossos desejos e reflexões acerca das relações artísticas dentro da nossa sociedade, numa ação direta com nosso publico.


CIA BAITACLÃ

ciabaitacla@ciabaitacla.com.br